terça-feira, 12 de outubro de 2010

4º FÓRUM: AS CULTURAS NACIONAIS COMO COMUNIDADES IMAGINADAS

Stuart Hall narra no capítulo 3, do seu livro "A Identidade Cultural da Pós-Modernidade", sobre "As Culturas Nacionais como Comunidades Imaginadas". Em parte concordamos com o autor, pois, muito embora essas comunidades nacionais sejam fragmentadas em virtude da sua diversidade étnica, de sua religião e de suas formas culturais sejam em matéria consideradas imaginadas, mas em espírito essas comunidades são, na verdade, reais e concretas, até porque se há algum tempo atrás não existia os estados-nações, agora há.
Historicamente, os povos do passado, foram se formando à base de conquistas, vejamos o exemplo de Roma, que conquistou o mundo daquela epóca e se ela não interferia diretamente na cultura do povo conquistado, deixou um legado indelével para a humanidade, pois não existe um povo formado depois de Roma que não tenha em sua língua primitiva traços da língua latina.
Temos também o exemplo da Grécia que mesmo sendo conquistada pelas armas por Roma, aquela conquistou esta pela cultura e que também nos deixou um grande legado linguístico e cultural pela dissiminação do Helenismo, bem como, ensinamentos sobre a democracia e a sua organização das cidades-estado, princípio dos futuros estados-nações da nodernidade.
Na Europa, após o feudalismo, se formaram os estados-nações com suas monarquias e seu absolutismo. Esses estados-nações, com seu imperialismo e seu expansionismo, buscou conquistar outros povos como os da África e após cada conquista foram dividindo-a sem levar em conta a diversidade étnica, cultural e religiosa daquele Continente.
Observemos o nosso Brasil, que após ser descoberto e conquistado por Portugual, temos na nossa origem três etnias formadoras da nossa nação, com suas diferenças religiosa e culturais, como: o índio (nativo), o branco (português) e o negro (africano), diferenças tais que não nos ajudariam em nada formar uma nação. Mas, a Reforma Pombalina contribuiu em muito para essa formação. E assim foram formados muitas nações. Mas nem tudo é desse jeito.
Vejamos o exemplo do povo judeu que, após a diáspora, ficou sem seu estado-nação, sem sua terra prometida e seu povo foi dessiminado pelo mundo afora, mas mesmo assim o seu estado-nação estava dentro de si, na sua cultura, na sua religião e quando reconquistaram o seu espaço territorial lá estava pronta a nação judaica firme e forte para defendê-lo.
Então, não podemos concordar plenamente com Stuar Hall, pois se para alguns povos suas culturas nacionais são formadas por comunidades imaginadas, para outros não, elas são reais e concretas.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. A sua instrutiva narrativa sobre a gênese dos estados nação europeus só vem a confirmar ou a fundamentar, de algum modo, a idéia de que as nações modernas são comunidades imaginadas. Assim como a Grécia nos legou padrões estéticos e ideológicos por meio de sua arte e de sua filosofia pujante,as narrativas cristãs em torno das Cruzadas, por exemplo,nos legaram a base imaginária à construção das nações modernas. O que é um estado-nação senão uma ideologia concretizada por um cruzamento-encadeamento de discursos? Afinal de contas, dos fatos tudo o que temos são as suas versões. Tendo se definido por meio de lutas, o espaço geográfico a que se chama "país" só se torna nação à medida em que intituições culturais, sejam elas políticas, religiosas, artísticas etc,a legitimam através de seus discursos e a constituem por meio de suas narrativas. Não esqueçamos de que O discurso também é fato.

    P.S.: A pontuação contribui muito para a inteligibilidade do texto.

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