segunda-feira, 11 de outubro de 2010

4º Fórum - As culturas nacionais como comunidades imaginadas

As antigas identidades que estabilizaram durante muito tempo o mundo social sofreram um declínio, gerando o surgimento de novas identidades, tornando o indivíduo moderno fragmentado. Há uma preocupação quanto à forma de como a identidade cultural nacional está sendo deslocada ou afetada pelo processo de globalização. Segundo Stuart Hall, no mundo moderno, as nações passaram a ser vistas como comunidades imaginadas, que são perpetuadas pela memória do passado, pelo desejo de viver em conjunto e pela perpetuação da herança. Na desconstrução da ideia de cultura nacional como identidade unificadora, ele refere que as culturas nacionais, sofrem influências de profundas divisões e diferenças internas, sendo unificadas apenas através do exercício de diferentes formas de poder cultural, neste pensamento define as nações modernas como verdadeiros "híbridos culturais".
Levando em consideração que as identidades nacionais não são transmitidas hereditariamente, evidencia-se que a nação é produtora de sentidos, um sistema de representação cultural que se constitui numa comunidade simbólica. É a partir desse ponto que Benedict Anderson (1983), argumenta que a identidade nacional é uma comunidade imaginada e, por isso convém a indagação acerca das estratégias representacionais na construção de nossas noções de pertencimento e identidade cultural.Para Renan, devemos considerar três aspectos importantes na constituição de uma cultura nacional em comunidade imaginada: as memórias do passado, o desejo por viver junto, e a perpetuação da herança. Entretanto, adverte que uma cultura nacional nunca é somente um ponto de lealdade, união e identificação simbólica, é também uma estrutura de poder cultural.Hall faz uma exposição de como as culturas nacionais são construídas pelo discurso de pertencimento ao local de origem, e a formação de um sentimento de identidade e lealdade à ideia de nação, que é representada no interior das transformações sociais e políticas, considerando valores e normas de comportamentos das pessoas.A forma que a cultura é narrada, pelas histórias vindas da literatura, da mídia e da cultura popular do dia a dia dos indivíduos.Afinal, criar uma cultura nacional implica em estabelecer as forças que norteiam a aplicação dessa representação de sentido. A formação de uma cultura nacional contribui na criação de padrões de alfabetização universais e na colocação de uma determinada cultura da nação, entre várias que circundam o território, como a hegemônica e, portanto, a coerente e unificada e que na maioria das vezes é benefício da classe social em destaque que intenciona a pacificação do povo e adesão dele através do consentimento ao pertencimento a uma identidade coletiva, nacional.
Hall trata a raça como um aspecto de fundamental importância. Define-a como uma categoria biológica, logo não tem validade científica. No entanto, é uma categoria discursiva que abrange formas de falar, práticas sociais, características físicas, etc. Como a grande maioria das nações é composta por diversos povos não podemos afirmar que raça determina a nacionalidade. A partir deste pensamento, o autor aponta que as identidades nacionais são passíveis jogos do poder e das contradições internas, uma vez que contam com significante diversidade em suas formações.
Poesias penduradas: Flávia, Mara Angélica, Ângela e Kleidy.

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Uma leitura bem procedente do capítulo. Faço só uma observação quanto à construção dos períodos, no sentido de tornar o texto mais facilmente digerível. De resto,avante, Poesias Penduradas!

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