No capítulo que trata do nascimento e morte do sujeito moderno, Hall, através de algumas obras e autores, vai construindo o processo pelo qual o sujeito cartesiano foi sendo deslocado ou descentrado e, desmistificando a idéia do sujeito com identidade fixa e estável defendido no Iluminismo.
A partir dessas idéias de deslocamento vai se delineando o perfil de um novo sujeito – o sujeito pós-moderno – cujas identidades abertas, contraditórias, inacabadas e fragmentadas são agora suas características.
Os movimentos basilares para formulação do conceito de deslocamento do sujeito centrado passam essencialmente pelas mudanças ocorridas nas teorias sociais e nas ciências humanas ocorridas na modernidade tardia, como exemplifica Hall quando diz que:
“O primeiro e mais importante descentramento vem com a redescoberta e reinterpretação do pensamento marxista na década de sessenta” o qual afirma que: “Os fazem a história, mas apenas sobre as condições que lhe são dadas”. Como se observa aqui, as relações sociais é que são o cerne e não o indivíduo.
O segundo dos grandes descentramentos encontra-se na teoria freudiana do inconsciente que defendia a ideia de que “As identidades, a sexualidade e a estrutura dos desejos são formados com base em processos psíquicos e símbolos do inconsciente que funcionaram com uma lógica muito diferente da razão.” Isso desfaz a idéia do sujeito puramente cognoscente e racional dotado de uma identidade fixa e unificadas.
O terceiro descentramento está associado ao trabalho do lingüista Ferdinando de Saussure no qual argumentava que: “A língua é um sistema social e não um sistema individual. Ela preexiste a nós. Não podemos em qualquer sentido simples ser seus autores.”
O quarto descentramento encontra-se na obra do filósofo e historiador Michel Foucault. Ele destaca a existência do poder disciplinar o qual se preocupa primeiramente com a regulação, cuja vigilância é o governo da espécie humana e, em segundo lugar, com o indivíduo e o seu corpo.
O quinto descentramento trata do impacto do feminismo, tanto como uma crítica teórica, quanto como um movimento social. Devido a abrangência dos questionamentos, o feminismo teve também, uma relação direta com o descentramento do sujeito cartesiano.
Percebemos nesses argumentos, que desde o primeiro exemplo (o pensamento marxista) até o quinto (a teoria feminista), o sujeito vem sendo deslocado, ou seja, a ideia de um sujeito cartesiano e de identidade fixa e estável vem sendo desconstruída e, em seu lugar surge a ideia de um sujeito de identidades abertas, contraditórias, inacabadas e fragmentadas – o sujeito pós-moderno.
Ok. Destaco apenas o fato de que seria desejável que a postagem fosse além da síntese do conteúdo do capítulo e ensaiasse uma discussão com base na reflexão sobre a leitura feita.
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