quarta-feira, 18 de agosto de 2010

QUEM SOMOS?

CIBERESPAÇO E LINGUAGEM DIGITAL

Nós somos acadêmicos de Letras,segipanos, nordestinos, homens, mulheres,brasileiros e brasileiras,filhos e filhas de uma mesma matriz cultural. Quanto ao meio: terra brasilis,a "Pátria Mãe Gentil", a mesma de Silvio Romero, a terra em que fui parida. Quanto a raça? Humana é claro! de ensolaradas etnias, que misturam, cheiram e saboreiam as mais distintas iguarias, que nesta rima dança o coco, o xaxado e a taieira.
Da escrita cuneiforme,dos hieróglifos e dos papiros,ao surgimento do alfabeto,da imprensa e do ciberespaço,esse espaço virtual onde também existimos, linguagem digital, numa ferramenta chamada blog, que pode ser instrumento pedagógico de reflexões, e então abrimos a alma para um sopro novo que nos toma e como um arco remete sua seta para o mundo inteiro...isso é globalização.
Somos minorias? Somos tribos? sujeitos? fragmentados? unificados? Não sei!
Somos, e isso é tudo!
Isto posto, podemos então construir nossa identidade.

Segundo Stuart Hall (2006, p.7) a questão da identidade é amplamente estudada pela teoria social, que defende o declínio das velhas identidades cedendo lugar as novas, ao sujeito fragmentado, caracterizando assim a chamada “crise de identidade”. E é exatamente em meio a essa crise globalizada que observamos os fenômenos culturais da cibercultura e o processo de cognição do sujeito perante o grupo, dentro de uma comunidade virtual, como se apresenta o “eu” identitário. Com todas as transformações históricas, ideológicas e tecnológicas, é possível que passemos a discutir sobre o sujeito pós- moderno aqui, neste espaço virtual, viabilizando um debate com o mundo em tempo real.
Diante desse sujeito pensante e fragmentado é que nos deparamos com um espaço a ser observado, diante da pergunta inicial de um perfil virtual: quem sou eu? E no primeiro contato desse “eu” coletivo ele passa a apresentar-se, referindo-se ao elo entre os indivíduos e a estrutura social. Neste contexto marcado por dúvidas e questionamentos, passo a esclarecer os conceitos de sujeito e identidade à luz do pensamento de Stuart Hall apresentando as três concepções da identidade do sujeito presentes na modernidade.

"O sujeito do iluminismo estava baseado numa concepção da pessoa humana como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação, cujo “centro” consistia num núcleo interior que emergia pela primeira vez quando o sujeito nascia e com ele se desenvolvia ainda que permanecendo essencialmente o mesmo – contínuo ou idêntico a ele – ao longo da existência do indivíduo". HALL, 2006, pág10)

Para Hall o sujeito Iluminista, era um indivíduo centrado em sua totalidade, o que criou uma concepção muito “individualista” do sujeito. Perante as transformações do mundo moderno e da compreensão que a autonomia deste sujeito não era exatamente como era imaginada, pois ele se forma na relação com os outros, desenvolveu-se assim outra concepção de sujeito: o sujeito sociológico, onde existe a busca para tentar estabilizar o sujeito interior e o sujeito público, internalizando a subjetividade dos sentimentos em lugares objetivos. Seria a presença do mundo social e do mundo cultural, em síntese. Hall afirma que “a identidade, então, costura (ou, para usar uma metáfora médica, “sutura”) o sujeito à estrutura”. (p.12)
Tanto o sujeito do iluminismo quanto o sujeito sociológico apontam para a busca de uma identidade fixa, estável, fundamentada em suas estruturas sociais.
Entendendo que uma pessoa possa conciliar a representação de várias identidades, podendo ganhar ou perder essa identificação de acordo com a sua representatividade, é que atento para o sujeito pós-moderno, que acompanha a evolução do mundo, em que a identidade não é determinada pelo nascimento.

Saudações virtuais e pós-modernas
Suzy Dayse Vasconcelos
1º FÓRUM

IDENTIDADE

Camarada,
sou um animal rude
até em pensamento sou cilada
excesso e cárie de todo apego.
Quando tento acariciar,
magôo.

Suzy Dayse Vasconcelos, do livro Folhetim de Poesias,1995. 1º lugar no Concurso Folhetim de Poesias- MG

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