Disciplina do curso de Letras da Faculdade São Luis de França, Aracaju-Se / ministrada pela Prof.Dra. Vilma Mota Quintela
terça-feira, 31 de agosto de 2010
CONSTRUINDO UM CONCEITO IDENTITÁRIO
O que pretendemos dizer com “crise de identidade”?Que acontecimentos recentes nas sociedades modernas precipitaram essa crise?Que formas ela toma?São algumas dessas questões que Stuart Hall levanta em seu livro A Identidade cultural da pós-modernidade.
O ser humano enquanto fator do “meio”é um agente de mudanças,um tipo diferente de estrutura da sociedade moderna,está fragmentando a forma de pensar e agir diante de várias questões,como: etnia,raça,classe,gênero,sexualidade e nacionalidade.Essas questões transformam a identidade pessoal,abalando a idéia formada,sólida do “quem sou eu”?
Muitas vezes o ser humano, busca resposta para essa pergunta é aí onde surge a crise de identidade. Hall expõe no início do seu livro três concepções de identidade: sujeito do Iluminismo, sujeito sociológico e sujeito pós-moderno.Dos três o sujeito pós-moderno abrange a situação a que estamos expostos na contemporaneidade.Mudanças estruturais e institucionais modificam o processo de identificação,este processo tornou-se mais provisório,variável e problemático.A sujeito passa a assumir diferentes identidades,ele se adéqua ao momento em que está vivendo.A identidade plenamente unificada,completa,segura e coerente é uma fantasia.(Hall,1990).
Grupo Literatus-5º período
Ana Cláudia Santos Ribeiro
Magda Cavalcante Andrade
Maria Ivete Bezerra
Paulyne Rodrigues de Souza
NOSSOS DIAS MELHORES NUNCA VIRÃO?
Ando em crise, numa boa, nada de grave. Mas, ando em crise com o tempo. Que estranho "presente" é este que vivemos hoje, correndo sempre por nada, como se o tempo tivesse ficado mais rápido do que a vida, como se nossos músculos, ossos e sangue estivessem correndo atrás de um tempo mais rápido.
As utopias liberais do século 20 diziam que teríamos mais ócio, mais paz com a tecnologia. Acontece que a tecnologia não está aí para distribuir sossego, mas para incrementar competição e produtividade, não só das empresas, mas a produtividade dos humanos, dos corpos. Tudo sugere velocidade, urgência, nossa vida está sempre aquém de alguma tarefa. A tecnologia nos enfiou uma lógica produtiva de fábricas, fábricas vivas, chips, pílulas para tudo.
Temos de funcionar, não de viver. Por que tudo tão rápido? Para chegar aonde? A este mundo ridículo que nos oferecem, para morrermos na busca da ilusão narcisista de que vivemos para gozar sem parar? Mas gozar como? Nossa vida é uma ejaculação precoce. Estamos todos gozando sem fruição, um gozo sem prazer, quantitativo. Antes, tínhamos passado e futuro; agora, tudo é um "enorme presente", na expressão de Norman Mailer. E este "enorme presente" é reproduzido com perfeição técnica cada vez maior, nos fazendo boiar num tempo parado, mas incessante, num futuro que "não pára de não chegar".
Antes, tínhamos os velhos filmes em preto-e-branco, fora de foco, as fotos amareladas, que nos davam a sensação de que o passado era precário e o futuro seria luminoso. Nada. Nunca estaremos no futuro. E, sem o sentido da passagem dos dias, da sucessibilidade de momentos, de começo e fim, ficamos também sem presente, vamos perdendo a noção de nosso desejo, que fica sem sossego, sem noite e sem dia. Estamos cada vez mais em trânsito, como carros, somos celulares, somos circuitos sem pausa, e cada vez mais nossa identidade vai sendo programada. O tempo é uma invenção da produção. Não há tempo para os bichos. Se quisermos manhã, dia e noite, temos de ir morar no mato.
Há alguns anos, eu vi um documentário chamado Tigrero, do cineasta finlandês Mika Kaurismaki e do Jim Jarmusch sobre um filme que o Samuel Fuller ia fazer no Brasil, em 1951. Ele veio, na época, e filmou uma aldeia de índios no interior do Mato Grosso. A produção não rolou e, em 92, Samuel Fuller, já com 83 anos, voltou à aldeia e exibiu para os índios o material colorido de 50 anos atrás. E também registrou, hoje, os índios vendo seu passado na tela. Eles nunca tinham visto um filme e o resultado é das coisas mais lindas e assustadoras que já vi.
Eu vi os índios descobrindo o tempo. Eles se viam crianças, viam seus mortos, ainda vivos e dançando. Seus rostos viam um milagre. A partir desse momento, eles passaram a ter passado e futuro. Foram incluídos num decorrer, num "devir" que não havia. Hoje, esses índios estão em trânsito entre algo que foram e algo que nunca serão. O tempo foi uma doença que passamos para eles, como a gripe. E pior: as imagens de 50 anos é que pareciam mostrar o "presente" verdadeiro deles. Eram mais naturais, mais selvagens, mais puros naquela época. Agora, de calção e sandália, pareciam estar numa espécie de "passado" daquele presente. Algo decaiu, piorou, algo involuiu neles.
Lembrando disso, outro dia, fui atrás de velhos filmes de 8mm que meu pai rodou há 50 anos também. Queria ver o meu passado, ver se havia ali alguma chave que explicasse meu presente hoje, que prenunciasse minha identidade ou denunciasse algo que perdi, ou que o Brasil perdeu... Em meio às imagens trêmulas, riscadas, fora de foco, vi a precariedade de minha pobre família de classe média, tentando exibir uma felicidade familiar que até existia, mas precária, constrangida; e eu ali, menino comprido feito um bambu no vento, já denotando a insegurança que até hoje me alarma. Minha crise de identidade já estava traçada. E não eram imagens de um passado bom que decaiu, como entre os índios. Era um presente atrasado, aquém de si mesmo. A mesma impressão tive ao ver o filme famoso de Orson Welles, It's All True, em que ele mostra o carnaval carioca de 1942 - únicas imagens em cores do País nessa década. Pois bem, dava para ver, nos corpinhos dançantes do carnaval sem som, uma medíocre animação carioca, com pobres baianinhas em tímidos meneios, galãs fraquinhos imitando Clark Gable, uma falta de saúde no ar, uma fragilidade indefesa e ignorante daquele povinho iludido pelos burocratas da capital. Dava para ver ali que, como no filme de minha família, estavam aquém do presente deles, que já faltava muito naquele passado.
Vendo filmes americanos dos anos 40, não sentimos falta de nada. Com suas geladeiras brancas e telefones pretos, tudo já funcionava como hoje. O "hoje" deles é apenas uma decorrência contínua daqueles anos. Mudaram as formas, o corte das roupas, mas eles, no passado, estavam à altura de sua época. A Depressão econômica tinha passado, como um grande trauma, e não aparecia como o nosso subdesenvolvimento endêmico. Para os americanos, o passado estava de acordo com sua época. Em 42, éramos carentes de alguma coisa que não percebíamos. Olhando nosso passado é que vemos como somos atrasados no presente. Nos filmes brasileiros antigos, parece que todos morreram sem conhecer seus melhores dias.
E nós, hoje, nesta infernal transição entre o atraso e uma modernização que não chega nunca? Quando o Brasil vai crescer? Quando cairão afinal os "juros" da vida? Chego a ter inveja das multidões pobres do Islã: aboliram o tempo e vivem na eternidade de seu atraso. Aqui, sem futuro, vivemos nessa ansiedade individualista medíocre, nesse narcisismo brega que nos assola na moda, no amor, no sexo, nessa fome de aparecer para existir. Nosso atraso cria a utopia de que, um dia, chegaremos a algo definitivo. Mas, ser subdesenvolvido não é "não ter futuro"; é nunca estar no presente.
Arnaldo Jabor
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
UMA QUSTÃO DE IDENTIDADE
Que pretendemos dizer com, "crise de identidade"
As identidades universais, estão em crise, o homem não é só regulado pelas leis mas também pelos
costumes, e a mudança dos costumes, principalmente dos costumes tem levado as sociedades a con-
flitos, por exemplo, a luta pela legalização do aborto, legalização do casamento entre iguais. Nesse
contexto de modernização algumas pessoas não conseguem entender as evoluções entrando em
crise, essa diferença não está apenas nas pessoas, mas existe uma grande variação de pais para
pais, de continente para continente.
Grupo:
Jairo Nascimento Santos
Rosélia Vieira
Marysandra
Maria Carmelia meneses
tema:
cilco junino: um estudo sobre as quadrilhas
Diversidades culturais
A identidade cultural caracteriza as pessoas pelo modo de agir, de falar, é como se as “rotulasse” a partir dos modos específicos de sua cultura, ela move os valores, os sentimentos e uma infinidade de itens existentes nas mais variadas sociedades.
Na identidade cultural as relações entre os indivíduos e grupos envolvem a língua, a religião, os esportes, entre outros, pois é um processo de construção continuada.
Grupo: LetradosFSLF
Evelyn Constantina de Freitas Santos
Ingryd Martins da Silva
Janete dos Santos Modesto
Juarez Ferreira Dantas
Nathalia de Jesus Santos
eva_jua_jane_in@yahoo.com.br
Identidade
Quero os versos de ferro e de cimento.
E em vez de rimas, uso
As consonâncias que há no sofrimento.
Universal e aberto, o meu instinto acode
A todo o coração que se debate aflito.
E luta como sabe e como pode:
Dá beleza e sentido a cada grito.
Mas como as inscrições nas penedias
Têm maior duração,
Gasto as horas e os dias
A endurecer a forma da emoção.
Miguel Torga, in 'Penas do Purgatório'
"A IDENTIDADE".
Negro, Preto, Black são distinções classificatórias que devem ser analisadas.. Autor de trabalhos importantes no campo dos Estudos Culturais, Stuart Hall nos remete, através de sua obra, a algumas reflexões fundamentais a respeito dos discursos gerados em torno do termo negro.
Flavia Roberta
Jose Adolfo
John Eldon
Idiane Santana
Maria Marta
LITERATURA DE CORDEL
O autor ressalta que as velhas identidades, que por um tempo estabilizavam o mundo social hoje, mas depois entram em declínio. Surgindo com essa queda uma nova identidade e novos indivíduos modernos. As identidades culturais são princípios herdados de família, que muitas vezes são passados de geração em geração. E em outras vezes são destruídos, devido ao meio em que estes indivíduos estão inseridos. Tentar entender como seria concebido a identidade cultural, haveria de se voltar ao plano da história do indivíduo e ao seu mundo social e cultural. O deslocamento do sujeito, o intercâmbio das fronteiras, a globalização, constituiu um sujeito pós-moderno, pois as identidades que antes eram estáveis desestruturaram-se com as novas identidades. Segundo Hall (2003, p.21), no convívio com outros sujeitos, acontece mudanças que muitas vezes ganham-se ou perdem-se as identidades, causando-lhes uma “desordem". As identidades culturais estão divididas entre três concepções: Sujeito Iluminismo, Sujeito Sociológico e Pós-moderno. Os Sujeitos Iluminismo desenvolvem uma confiança na razão e nas ciências como motores do progresso, envolvendo toda evolução das identidades culturais. Já o Sujeito Sociológico se encarrega do progresso da sociedade como um todo. Agora o tão esperado Pós-moderno, como sabe existiu um pré-moderno, e agora um pós-moderno onde está inserido, todo o desenvolvimento das identidades culturais, juntamente com a sociedade e os seus indivíduos. Com a mudança na modernidade tardia, a globalização tem presença marcante, no que diz respeito às identidades culturais. O estudioso Anthony Giddens, já trabalha em cima de uma sociedade moderna, onde tem como definição geral uma sociedade de mudança constante, rápida e permanente. Com essa definição ele tem a distinção de sociedade “Tradicional”. Ressaltando ainda sobre a sociedade da modernidade tardia, ela tem como característica a “diferença”, que atravessou as divisões e os antagonismos sociais.
Enviado por Kleidy, Ângela , Flávia e Mara . Obrigada.
Grupo minorias sexuais
Percebemos a raiz da sua cultura nas letras das musicas de Zeca pagodinho. Ele mostra o prazer de se falar na sua historia. O homem como centro de todo o processo da evolução da humanidade. O pobre, o rico, o caviar para o rico e, o ovo para o pobre. Perceba esses traços a seguir:
Composição: Arlindo Cruz/ Zeca Pagodinho
Você sabe o que é caviar?
Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar
Você sabe o que é caviar?
Nunca vi, nem comi, eu só ouço falar
Caviar é comida de rico curioso fico, só sei que se come
Na mesa de poucos fartura adoidado
Mas se olha pro lado depara com a fome
Sou mais ovo frito, farofa e torresmo
Pois na minha casa é o que mais se consome
Por isso, se alguém vier me perguntar
...O que é caviar, só conheço de nome
E dessa iguaria até posso provar
(REFRÃO)
Geralmente quem come esse prato tem bala na agulha
Não é qualquer um
Quem sou eu pra tirar essa chinfra
Se vivo na vala pescando muçum
Mesmo assim não reclamo da vida
Apesar de sofrida, consigo levar
Um dia eu acerto numa loteria
.....
Cada grupo tem sua identidade,o fanque,o samba,o rock...
um grupo representa uma identidade,nos anos setenta Gilberto Gil fazia parte de uma identidade cultutal.
MEMBROS DO GRUPO
Alex Correia Santos
Jaqueline Tavares de Mendonça
Michelainy Maria Campos Santos
Suelma de Lima Ramos
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Fórum 1
IDENTIDADE CULTURAL
A cultura brasileira não é homogênia, ao contrário, tem um caráter plural, e isso é um passo para compreende-la como um processo de múltiplas interações e oposições no tempo e espaço. Contudo, estamos constantemente aprendendo sobre o que somos, o que gostamos, o que estamos nos tornando e o que podemos fazer enquanto indivíduo, e isso ao mesmo tempo é o que torna a nossa cultura “singular”, a qual nos possibilita construir uma identidade a partir da interação com o outro, com a sociedade.
Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas ...
Que já têm a forma do nosso corpo ...
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares ...
É o tempo da travessia ...
E se não ousarmos fazê-la ...
Teremos ficado ... para sempre ...
À margem de nós mesmos...
Grupo @ Univesit @: Maria, Livia, Rosa, Vivian,Grazi
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
STUART HALL
Por Vilma Mota Quintela
Prof. Dra. em Teorias e Crítica da Literatura e da Cultura
Stuart Hall nasceu em Kingston, capital da Jamaica, em 1932, tendo vivido, nos anos de sua formação, as contradições próprias de uma sociedade híbrida, marcada pelo conflito entre a cultura local e o imperialismo no contexto colonizado. Nesses anos, a Jamaica vivia o fim do período da dominação política inglesa, tendo esse fato, de certa forma, condicionado o destino de Hall como um intelectual da diáspora negra. Integrante de uma família de classe média inter-racial, sua formação e identidade, de acordo com ele próprio, foram construídas a partir de uma espécie de recusa dos modelos dominantes de construção pessoal e cultural aos quais foi exposto. Conta o autor que seu pai pertencia a uma família de classe média baixa rural e mista etnicamente, composta por africanos, indianos, portugueses e judeus. Já a família de sua mãe situava-se em uma classe média economicamente privilegiada, cujos integrantes se enquadravam na categoria do "branco local", estando esses bem mais próximos que seu pai da cultura dos colonizadores ingleses. Acresce que Hall era o membro mais escuro da família, isto num ambiente em que a identidade negra era associada aos setores subalternos da sociedade, sendo, por isso, altamente indesejável. Isto o levou a viver, na mais tenra idade, no interior do próprio círculo familiar, as tensões coloniais clássicas, que se tornaram parte de sua história pessoal. Nesse contexto, Hall encarna o drama do indivíduo socialmente inadequado, que se coloca na fronteira social, visto que não se identifica com a cultura dominante tampouco pertence à cultura do dominado. Esse dado revela a complexidade das questões que envolvem os dramas étnico-culturais em uma sociedade híbrida e pós-colonial, como aliás é também o caso da cultura brasileira, não obstante as importantes diferenças que se colocam entre a história cultural do Brasil e a da Jamaica. No Brasil como na Jamaica, vale pontuar, a problemática das diferenças étnicas e culturais muitas vezes se estabelecem de modo sutil, revelando nuanças nem sempre observáveis quando tais questões são analisadas a partir de esquemas genéricos. Essa complexidade, no que concerne à cultura jamaicana, fica patenteada no discurso de S. Hall que, em entrevista, lembra o fato de seus amigos de escola, muitos dos quais oriundos de famílias de classe média respeitáveis, não serem aceitos em sua casa, por serem mais escuros que ele (Hall, 2003: 386). A esse respeito, diz o autor:
"Eles (seus pais) sempre me encorajaram a relacionar-me com as pessoas certas. Eles sempre me encorajavam a relacionar-me mais com amigos da classe média, de cor mais clara, o que eu não fazia. Em vez disso, me afastei emocionalmente da minha família e fiz amizades em outros lugares. Passei minha adolescência negociando esses espaços culturais." (idem)
Mais tarde, em 1951, levado por sua mãe, Hall foi estudar literatura na universidade de Oxford, na Inglaterra, e não mais voltou a morar na Jamaica. No final dessa década e início da década seguinte, Hall juntou-se a E. P. Thompson, Raymond Williams e a outros intelectuais que se tornariam,mais tarde, expoentes dos Estudos Culturais, para fundar a revista New Left Review. Sua carreira deslanchou após co-autorar com Paddy Whannel “The popular arts” em 1964. Nessa década, R. Hoggart o convida para ingressar no Birmingham Center for Cultural Studies, importante centro de onde sairam as primeiras publicações no campo dos Estudos Culturais.
Após isso, Hall escreveu relevantes trabalhos no campo da Ciência Social e dos Estudos Culturais, tais como The Hard Road to Renewal (1988), Resistance Through Rituals (1989), The Formation of Modernity (1992), Questions of Cultural Identity. O trabalho de Hall tem como pontos centrais questões relativas à hegemonia e à cultura. Para ele, estas se constituem a partir da luta entre poderes e instituições, entre as quais se incluem a política e a economia. A sua visão compreende os indivíduos socialmente inseridos como “produtores” e “consumidores” de cultura. Seus trabalhos, que tratam de temas como o preconceito racial e a globalização, dentre outros temas caros à pós-modernidade, se distinguem no contexto da produção intelectual fundadora dos contemporâneos Estudos Culturais. Esse é o caso dos livros Da Diáspora: Identidades e mediações culturais e A Identidade cultural na pós-modernidade, em que Hall problematiza questões relativas à propagada crise da identidade cultural, avaliando em que consiste tal crise e quais as consequências desta no contexto da pós-modernidade.
REFERÊNCIAS
ESCOSTEGUY, Ana Carolina D.. Stuart Hall: esboço de um
itinerário biointelectual. Revista FAMECOS, Porto Alegre, nº 21, agosto 2003. Disponível in: http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/3214/2479
HALL, Stuart. A Identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.
HALL, S.. A Formação de um intelectual diaspórico (Entrevista de Kuan-Hsing com S. Hall). In: Da Diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p. 386-410.
SOVIK, Liv. Para ler Stuart Hall (Apresentação). In: Da Diáspora: Identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: UFMG, 2003, p. 9-22.
INFORMAÇÕES PARA O 1º FÓRUM
Cada grupo deve postar um pequeno texto sobre o tema identidade cultural, tecendo considerações sobre os elementos identitários que nos unem e nos particularizam. Lançando um primeiro olhar sobre o processo de construção identitária como um processo que diz respeito a todos nós, podemos fundamentar ou ilustrar nosso comentário com um poema,uma análise crítica, uma narrativa, uma crônica etc. Com isso, daremos um primeiro passo no sentido da reflexão sobre a diversidade cultural que nos envolve e constitui, bem como sobre a pergunta que se coloca na página 7 do livro A Identidade Cultural da Pós-Modernidade, de S. Hall, que irá nortear nossas discussões: " Que pretendemos dizer com crise de identidade? ". Seguindo essa linha de pensamento, apresentaremos, no contexto dos nossos comentários, os nossos conceitos sobre a palavra "identidade".
Lembremos que cada equipe deverá conceber um nome para identificar o seu grupo de pesquisa, sendo importante que esse nome esteja relacionado ao tema escolhido para o trabalho a ser desenvolvido no decorrer do semestre. Ao final de cada texto coloquem o nome de todos os membros do grupo e abaixo escrevam 1º FÓRUM.
Saudações pós-modernas
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
QUEM SOMOS?
Nós somos acadêmicos de Letras,segipanos, nordestinos, homens, mulheres,brasileiros e brasileiras,filhos e filhas de uma mesma matriz cultural. Quanto ao meio: terra brasilis,a "Pátria Mãe Gentil", a mesma de Silvio Romero, a terra em que fui parida. Quanto a raça? Humana é claro! de ensolaradas etnias, que misturam, cheiram e saboreiam as mais distintas iguarias, que nesta rima dança o coco, o xaxado e a taieira.
Da escrita cuneiforme,dos hieróglifos e dos papiros,ao surgimento do alfabeto,da imprensa e do ciberespaço,esse espaço virtual onde também existimos, linguagem digital, numa ferramenta chamada blog, que pode ser instrumento pedagógico de reflexões, e então abrimos a alma para um sopro novo que nos toma e como um arco remete sua seta para o mundo inteiro...isso é globalização.
Somos minorias? Somos tribos? sujeitos? fragmentados? unificados? Não sei!
Somos, e isso é tudo!
Isto posto, podemos então construir nossa identidade.
Segundo Stuart Hall (2006, p.7) a questão da identidade é amplamente estudada pela teoria social, que defende o declínio das velhas identidades cedendo lugar as novas, ao sujeito fragmentado, caracterizando assim a chamada “crise de identidade”. E é exatamente em meio a essa crise globalizada que observamos os fenômenos culturais da cibercultura e o processo de cognição do sujeito perante o grupo, dentro de uma comunidade virtual, como se apresenta o “eu” identitário. Com todas as transformações históricas, ideológicas e tecnológicas, é possível que passemos a discutir sobre o sujeito pós- moderno aqui, neste espaço virtual, viabilizando um debate com o mundo em tempo real.
Diante desse sujeito pensante e fragmentado é que nos deparamos com um espaço a ser observado, diante da pergunta inicial de um perfil virtual: quem sou eu? E no primeiro contato desse “eu” coletivo ele passa a apresentar-se, referindo-se ao elo entre os indivíduos e a estrutura social. Neste contexto marcado por dúvidas e questionamentos, passo a esclarecer os conceitos de sujeito e identidade à luz do pensamento de Stuart Hall apresentando as três concepções da identidade do sujeito presentes na modernidade.
"O sujeito do iluminismo estava baseado numa concepção da pessoa humana como um indivíduo totalmente centrado, unificado, dotado das capacidades de razão, de consciência e de ação, cujo “centro” consistia num núcleo interior que emergia pela primeira vez quando o sujeito nascia e com ele se desenvolvia ainda que permanecendo essencialmente o mesmo – contínuo ou idêntico a ele – ao longo da existência do indivíduo". HALL, 2006, pág10)
Para Hall o sujeito Iluminista, era um indivíduo centrado em sua totalidade, o que criou uma concepção muito “individualista” do sujeito. Perante as transformações do mundo moderno e da compreensão que a autonomia deste sujeito não era exatamente como era imaginada, pois ele se forma na relação com os outros, desenvolveu-se assim outra concepção de sujeito: o sujeito sociológico, onde existe a busca para tentar estabilizar o sujeito interior e o sujeito público, internalizando a subjetividade dos sentimentos em lugares objetivos. Seria a presença do mundo social e do mundo cultural, em síntese. Hall afirma que “a identidade, então, costura (ou, para usar uma metáfora médica, “sutura”) o sujeito à estrutura”. (p.12)
Tanto o sujeito do iluminismo quanto o sujeito sociológico apontam para a busca de uma identidade fixa, estável, fundamentada em suas estruturas sociais.
Entendendo que uma pessoa possa conciliar a representação de várias identidades, podendo ganhar ou perder essa identificação de acordo com a sua representatividade, é que atento para o sujeito pós-moderno, que acompanha a evolução do mundo, em que a identidade não é determinada pelo nascimento.
Saudações virtuais e pós-modernas
Suzy Dayse Vasconcelos
1º FÓRUM
IDENTIDADE
Camarada,
sou um animal rude
até em pensamento sou cilada
excesso e cárie de todo apego.
Quando tento acariciar,
magôo.
Suzy Dayse Vasconcelos, do livro Folhetim de Poesias,1995. 1º lugar no Concurso Folhetim de Poesias- MG